Carta ao amor futuro nº 9 – Estranha sensação
como que em tom de lamentação
como que em tom de lamentação
De: um amor
Para: o outro amor
A qualquer lugar que vou...
há sempre um lugar vazio
a esperar, inutilmente,
alguém que não está para chegar/
que parece nunca chegar.
a esperar, inutilmente,
alguém que não está para chegar/
que parece nunca chegar.
há sempre olhares e olhos
procurando por alguém que não está lá/
querendo ver algo que não está a se mostrar.
procurando por alguém que não está lá/
querendo ver algo que não está a se mostrar.
há sempre um coração
batendo por um momento/encontro
que não vai se consumar.
batendo por um momento/encontro
que não vai se consumar.
há sempre um perfume
com aroma de ausência no ar.
com aroma de ausência no ar.
há sempre uma voz
sussurrante, inquietante,
que não está a falar/
em minha mente,
a me chamar.
sussurrante, inquietante,
que não está a falar/
em minha mente,
a me chamar.
há sempre um suspiro
inaudível
no ar,
de alguém
que não está lá a respirar.
inaudível
no ar,
de alguém
que não está lá a respirar.
E logo, quando é hora,
o momento,
tempo d’eu não mais lá estar
o momento,
tempo d’eu não mais lá estar
percebo que
há sempre alguém
deslocado de seu lugar:
eu.
há sempre alguém
deslocado de seu lugar:
eu.
porquanto em todos os cantos
há sempre a presença
da ausência do alguém
com quem gostaria de estar.
há sempre a presença
da ausência do alguém
com quem gostaria de estar.
Ó, Deus, não deixe a espera me consumir.
[pseudo... poema, poesia]
Um comentário:
Sugiro fortemente a retirada do "pseudo", com urgência e sem pudor. A modéstia deve ter limites; por exemplo, o limite da verdade. Parabéns, por exemplo, pela carta n. 9. Ainda outras irei acessar.
Bravo. Bravíssimo!
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