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sábado, 7 de dezembro de 2013

Pseudopoesia XVI : Carta ao amor futuro nº 9

Carta ao amor futuro nº 9 – Estranha sensação
como que em tom de lamentação

De: um amor
Para: o outro amor

A qualquer lugar que vou...

há sempre um lugar vazio
a esperar, inutilmente,
alguém que não está para chegar/
                                          que parece nunca chegar.

há sempre olhares e olhos
    procurando por alguém que não está lá/
    querendo ver algo que não está a se mostrar.

há sempre um coração
batendo por um momento/encontro
que não vai se consumar.

há sempre um perfume
com aroma de ausência no ar.

há sempre uma voz
    sussurrante, inquietante,
        que não está a falar/
    em minha mente,
        a me chamar.

há sempre um suspiro
inaudível
no ar,
de alguém
que não está lá a respirar.

E logo, quando é hora,
o momento,
tempo d’eu não mais lá estar

    percebo que
    há sempre alguém
    deslocado de seu lugar:
    eu.

    porquanto em todos os cantos
    há sempre a presença
    da ausência do alguém
    com quem gostaria de estar.

Ó, Deus, não deixe a espera me consumir.


[pseudo... poema, poesia]


Um comentário:

Patrícia Ara disse...

Sugiro fortemente a retirada do "pseudo", com urgência e sem pudor. A modéstia deve ter limites; por exemplo, o limite da verdade. Parabéns, por exemplo, pela carta n. 9. Ainda outras irei acessar.
Bravo. Bravíssimo!